As autoridades búlgaras estão a investigar um incidente com um drone que perturbou as operações de voo em Sófia Aeroporto em 8 de fevereiro, o que levou a uma revisão urgente da segurança. O Diretor da Polícia de Fronteiras, Anton Zlatanov, confirmou que a entrada do drone na zona restrita do aeroporto foi uma ação deliberada, provavelmente envolvendo a manipulação dos seus sistemas de voo, segundo os meios de comunicação social búlgaros.

De acordo com o Ministério dos Transportes, os controladores de tráfego aéreo detectaram e seguiram o drone assim que este entrou no espaço aéreo do aeroporto. Embora algumas aterragens de aviões tenham sido reprogramadas por razões de segurança, nenhum voo foi desviado.

"Os controladores aéreos estiveram em contacto permanente com o Ministério do Interior, a Polícia de Fronteiras e a Agência Estatal para a Segurança Nacional (SANS), e monitorizaram o movimento e o comportamento do drone em todos os momentos", afirmou o Ministério dos Transportes num comunicado.

As autoridades lançaram uma investigação durante o fim de semana, dando início a um processo de pré-julgamento para determinar o responsável. A operação de um drone no espaço aéreo de um aeroporto é ilegal na Bulgária, o que suscita preocupações quanto a potenciais violações da segurança.

Ação governamental

Em 10 de fevereiro, representantes de várias instituições governamentais, incluindo o Ministério do Interior, o Controlo do Tráfego Aéreo, a SANS, a Administração da Aviação Civil e o operador do Aeroporto de Sófia, SOF Connect, reuniram-se para abordar as vulnerabilidades de segurança. O Vice-Primeiro-Ministro e Ministro dos Transportes, Grozdan Karadzhov, declarou que o incidente poderia ter sido uma "provocação" ou um teste às defesas do aeroporto.

"Havia lacunas que precisavam de ser colmatadas", disse Karadzhov. "É necessário instalar dois sistemas, um dos quais estará no aeroporto e permitirá, em caso de aproximação de um dispositivo deste tipo, neutralizá-lo. Isto será feito e é da responsabilidade do concessionário do Aeroporto de Sófia".

Karadzhov sublinhou a necessidade de três melhorias fundamentais em matéria de segurança:

  • Sistemas de deteção: O aeroporto irá instalar um sistema para detetar e neutralizar drones não autorizadosresponsabilidade atribuída ao concessionário do aeroporto de Sófia.
  • Monitorização do perímetro: Será desenvolvido um sistema gerido pelo Estado para detetar drones num raio de 20 quilómetros, preenchendo uma lacuna atual no quadro de segurança do espaço aéreo da Bulgária.
  • Medidas contra os drones: As autoridades devem criar um organismo centralizado responsável pelo combate às ameaças dos drones. Atualmente, as respostas são coordenadas através de várias agências, criando ineficiências processuais. Nas próximas semanas, serão redigidas alterações legislativas para simplificar este processo.

Apela a reformas legislativas

O Ministro da Defesa, Atanas Zapryanov, reconheceu que a Bulgária não tem disposições legais permitindo às forças militares neutralizar os drones, mesmo sobre locais sensíveis.

"Não há nenhuma lei que dê ao Ministério da Defesa o direito de abater um drone, mesmo sobre um local militar", disse Zapryanov.

Apelou à formação de um grupo de trabalho para elaborar novos regulamentos que definam quais as autoridades que podem tomar medidas contra as incursões de drones. As alterações legais necessárias poderiam ser implementadas num prazo de três a quatro meses.

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Zlatanov sublinhou que os drones eram considerados uma ameaça futura há 15 anos e que agora representam um risco ativo. O Comissário sublinhou a necessidade de sistemas anti-rones e de radar não só nos aeroportos, mas também nos postos de controlo fronteiriços, na central nuclear de Kozloduy e noutras infra-estruturas críticas.

A Bulgária já tomou medidas para reforçar a segurança das fronteiras contra as operações de contrabando assistidas por drones, nomeadamente ao longo da fronteira búlgaro-turca. Foi concluído um processo de concurso público, que selecionou um contratante para um sistema de combate aos drones, cuja implementação está pendente de financiamento estatal. Além disso, será introduzida a vigilância por vídeo ao longo de 100 km da fronteira através de um projeto de 70 milhões de euros ($72 milhões).

Crédito da imagem da publicação: Aeroporto de Sófia